terça-feira, 23 de março de 2010

ASSUNTOS RELACIONADOS AO NOSSO "DESCOBRIMENTO", ALGUMAS CURIOSIDADES.











NEM PRETOS. NEM BRANCOS. NEM ÍNDIOS: MESTIÇOS.




Gilberto Freyre.






Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo (...] a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena ou do negro.


a afirmação, na época, representou profunda ruptura em muitos estudos que viam na mestiçagem um fator de atraso, Gilberto Freyre (1900-1987), pelo contrário, dizia-se "um maníaco da miscigenação".


O marco foi Casa grande e Cenzala (1933). Alguns consideraram-na pornográfica. Outros, genial. Monteiro Lobato: "Outra coisa não fez Gilberto Freyre senão de outro modo."


O centro da obra é o Nordeste da cana-de-açúcar, de famílias patriarcais "de muito maior número de bastardos", filhos dos senhores com índias e escravas. Relata miudezas: culinária,vestimenta, higiene.


Recebe críticas: mostra uma acomodação um tanto harmoniosa entre índios, negros e brancos, relegando a segundo plano a opressão que existia nessa relação.




TRECHOS




O PORTUGUÊS: (...) já de si melancólico, deu no Brasil para sarumbático, tristonho...




A ÍNDIA: Da cunhã é que nos veio o melhor da cultura indígena. O asseio pessoal. a higiene do corpo. O milho. O cajú. O mingau. O brasileiro de hoje, amante do banho e sempre de pente e espelhinho no bolso, o cabelo brilhante de loção ou de óleo de coco, remete a influencia de tão remoteas avós...


O NEGRO: Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que se deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no canto de ninar menino pequeno, em tudo que é expressão sincera da vida, trazemos quase todos a marca da influência negra.






ERRO DE PORTUGUÊS.




(Oswaldo de Andradre).




Quando o português chegou


Debaixo de uma bruta chuva


Vestiu o índio


Que pena!


Fosse uma manhã de sol


O índio tinha despido


O português.




Fonte: Brasil, Almanaque de cultura Popular.


ANO 8.


Nº 90.


Outubro - 2006.


segunda-feira, 15 de março de 2010

DEMOCRACIA RACIAL, ONDE?












Ultimamente me sinto muito triste, fico até chateado por ter que andar pelas ruas da cidade, a ignorância das pessoas é tanta que me deixa como disse, triste, o engraçado é que elas não medem esforços para serem desagradaveis, preconceituosas.

Estou cansado da forma que sou tratado nos lugares que vou, e nos lugares que passo, os olhares das pessoas denunciam a insatisfação em me ver.

As vezes penso que morrerei solteiro, pois quando ando pelas calçadas da cidade e vejo uma garota em minha frente no sentido contrário, logo penso que irei receber um olhar da mesma e retribuiria de imediato, os olhares acontecem de ambas as partes, sou observado de canto de olho, um olhar amedrontado e retribuo com um olhar triste, isso quando a pessoa não muda de calçada antes de se aproximar.

Outro dia no zoológico em uma visitação com uma escola, Ermano Ribeiro, da Vila Clara, caminhava por uma das alamedas com um aluno negro também, quando de um subto fomos abordados por dois "seguranças" do zoológico, acompanhados por um garoto de mais ou menos 7 anos, onde fomos acusados de termos roubado um rádio daquele garoto, pediram para acompanha-los até um determinado lugar para averiguação.

Disse aos mesmos que precisava informar os colégas professores do ocorrido e que eles tinham que me acompanhar, antes de irmos para a averiguação, tinhamos que ir até aos professores da escola que estavam em uma outra área do zoológico, o engraçado é que quado eles perceberam que eu leciono simularam uma chamada no rádio e disseram que era um engano.

Percebe que nessa sociedade somos literalmente esmagados por tal atitudes e comportamentos descriminatórios, sinto-me um nada, as vezes uma pessoa bem triste.

E os policiais, esses nem se fala, seus olhares em minha direção são totalmente excludente, eles falam mais ou menos assim:

_ Tomara que eu não te pegue em um delito.

Na rua onde moro passava uma ronda, onde um policial me fitava de um jeito que me dava medo.

Creio que um dia tal situação mudará sabe, estou cansado dessa situação, espero que a sociedade brasileira mude sua concepção.