quinta-feira, 1 de abril de 2010

TAXI EM MOVIMENTO, COMUNIDADE QUILOMBOLA- QUILOMBO SACOPÃ





Esse assunto tratado nesse video mostra um contraste entre o passado e a realidade, o local onde foi filmado esse video é um Quilombo que leva o nome de um local, que ficou famoso por um crime que abalou a cidade local, e posteriormente o Brasil, pois foi veiculado pela Rede Globo de televisão em um de seus programas chamado Linha Direta.
Neste momento eu irei postar para uma matéria que irá interessar aos leitores e que irá esclarecer um pouco esse caso, o CRIME DO SACOPÃ.
Noto que há uma relação muito grande entre esses "dois mundos", e o que ocorreu no passado reflete ainda nos dias de hoje, pois a pessoa entrevistada aparece com o rosto descaracterizado.
Vejamos.


O Crime do Sacopã
Um Citroën negro estacionado na Ladeira do Sacopã foi encontrado na manhã de 7 de abril de 1952. Em seu interior, o corpo de um homem com 3 tiros de revólver calibre 32 e 14 marcas de coronhadas. Era Afrânio Arsênio de Lemos, 31 anos, funcionário do Banco do Brasil, morador do Engenho Novo. No carro foram encontrados também documentos do bancário, uma caderneta de endereços, batons, brincos e a foto de uma moça, com uma dedicatória amorosa dirigida a Afrânio. Impressões digitais foram levantadas dentro e fora do carro, mas nenhuma foi identificada.

O comissário Rui Dourado rapidamente identificou a moça da foto, Marina Andrade Costa, estudante de 18 anos, que fora namorada de Afrânio até que descobriu que ele era desquitado, o que era um tabu nos anos 50. Logo após o depoimento de Marina, seu namorado, o tenente da Aeronáutica Alberto Jorge Franco Bandeira, 22 anos, esteve na DP a sua procura e foi atendido pelo mesmo comissário. O caso ganhou grande repercussão pelo inusitado e por ter acontecido numa época em que os crimes espetaculares eram raros. O povo acompanhava a história pelos jornais, rádios e revistas. O inquérito, recheado de provas circunstanciais, indicava a direção do tenente Bandeira. Concluiu a polícia por um crime passional simples: "Bandeira, namorado de Marina, não aceitava a existência de Afrânio em sua vida. Teria marcado um encontro com Afrânio na porta do Iate Clube e foram para a Lagoa, onde discutiram e Bandeira matou Afrânio, levando depois, o carro e o corpo para a Ladeira do Sacopã, nesta época muito deserta. Fugiu por uma trilha até a casa de sua avó na Rua São João Batista, montou um álibi e, no dia seguinte, disse que tinha tomado conhecimento do crime pelos jornais."

A história, que já tinha ares de folhetim, ganhou mais charme com a entrada do novo personagem, o tenente Bandeira, um militar bonito, com um bigodinho muito apreciado na época e que teria matado por amor.

Bandeira foi condenado a 15 anos de prisão, cumpriu a metade da pena, saindo em livramento condicional. Pouco tempo depois, o presidente Kubitschek lhe concedeu indulto.

Junto à Justiça, Bandeira tentou várias vezes ser reintegrado à Aeronáutica, o que só conseguiu 20 anos depois, quando seu advogados conseguiram anular o julgamento no STF.

Bandeira nunca foi absolvido. Seu julgamento foi anulado pelo STF, por falhas jurídicas, em 1972, o que obrigaria um novo julgamento, mas como o crime estava próximo da prescrição, Bandeira faltou aos três julgamentos marcados, até que o crime alcançou a prescrição em 1973.

Outra versão

Tenório Cavalcanti, político de Duque de Caxias, conhecido como "O Homem da Capa Preta", nunca acreditou que Bandeira tivesse cometido o Crime do Sacopã e foi seu maior defensor. Ele investigou por conta própria e concluiu que Joventino Galvão da Silva, um assassino de aluguel, teria cometido o crime a mando de um senador da República, porque o bancário vinha extorquindo uma de suas filhas. Tenório nunca provou sua tese.

De junho de 1959 a abril de 1960, a revista "O Cruzeiro" publicou, em matérias de Ubiratan de Lemos e Indalécio Wanderley, uma série de reportagens e entrevistas com Tenório, onde são contados detalhadamente, os passos de Tenório em busca da verdade sobre o caso.

Fontes:
www.fab.mil.br/Publicacao/enotimp/enotimp286.htm
www.estadao.com.br/ext/diariodopassado/20020126/home.htm
http://linhadireta.globo.com/justica/justica_envolvidos.jsp?cd_caso=2039
http://linhadireta.globo.com/justica/justica_home.jsp?cd_caso=2039
http://memoriaviva.digi.com.br/ocruzeiro

Redação final: Ilza Barbalho

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